Selo de Excelência: é hora de se inscrever

A ABF – Associação Brasileira de Franchising está aceitando inscrições de franqueadoras interessadas em receber o Selo de Excelência em Franchising. O Selo de Excelência é uma certificação da ABF de que, até a data de avaliação, a empresa preenche princípios técnicos e mantém conduta ética que não a desabona..

O Selo de Excelência da ABF é uma chancela exibida com orgulho por quem a conquista ou a renova. Para a escolha de seus merecedores, a entidade utiliza critérios objetivos – éticos e técnicos –, que avaliam quais as redes de franquias que, por seu desempenho, encontram-se em situação que pode ser considerada boa para eventuais candidatos a franqueados. Meus clientes ficam felizes quando ganham o Selo de Excelência, o que demonstra que, no período avaliado, agiram com princípios éticos. Porém, quando não conseguem conquistar ou renovar a chancela, temos como obrigação analisar o que pode ter dado errado, corrigir a falha ou problema específico e preparar um plano de ação que nos permita voltar a uma condição ética e de relacionamento que permita nova tentativa no ano seguinte. Para o investidor, essa é mais uma garantia de idoneidade da empresa.

O franchising 20 anos depois

Em 2010, completo 20 anos de carreira como advogada especializada em redes de franquia. Pude observar – algumas vezes como mera espectadora e, em outras, participando ativamente – a história de inúmeras franqueadoras que começaram pequenas e hoje são verdadeiras potências em seus setores e também, infelizmente, casos de insucesso.

Considero que as leis de Franquia e de Arbitragem, aprovadas respectivamente em 1994 e 1996, e a profissionalização das empresas franqueadoras foram as maiores conquistas do sistema de franchising nos últimos 20 anos. Apesar de a Lei 8955/94, que rege o sistema de franquias, já estar desatualizada, no início foi ela quem dirimiu as ações das empresas e trouxe mais segurança ao investidor. A Lei de Franquia representou um passo importante no sentido da profissionalização do sistema, tendo sido aprovada numa época em que houve muitas empresas trabalhando sem compromisso formal. Levamos quatro anos para conseguir aprová-la, e mais dois para conquistar outra lei fundamental para o sistema, a Lei de Arbitragem; isso só ocorreu quando os órgãos oficiais reconheceram a necessidade de regulamentação do setor, que se encontrava em completa desordem.

O desafio, agora, é atualizar a Lei de Franquias, de maneira que ela passe a atender às necessidades de um sistema mais moderno.

Mediação e arbitragem, cada vez mais presentes nas redes

A propósito da palestra que ministrei durante a convenção da ABF – Associação Brasileira de Franchising, acho importante ressaltar que os métodos não-adversariais de solução de conflitos estão cada vez mais presentes nos contratos de franquia. A Negociação, a Conciliação, a Mediação e a Arbitragem estão sendo adotadas em substituição à Justiça Comum por serem métodos que contentam ambas as partes e solucionam a questão rapidamente.

Existem, no Brasil, câmaras de arbitragem que oferecem profissionais competentes e com formação específica para realizar da Negociação à Arbitragem. Pela Caesp – Câmara de Arbitragem do Estado de São Paulo, eu já atuei como árbitra em contendas entre franqueadores e franqueados e observei que um dos principais ganhos é a manutenção do bom relacionamento entre as partes, já que nem sempre um problema significa a dissolução da franquia.  As câmaras arbitrais também funcionam muito bem para solucionar problemas trabalhistas, já que os processos são rápidos e os custos, menores. Pense nisso quando for atualizar seus contratos.

Aquisições em alta

Ontem, foi anunciado que o Grupo Multi, dono de marcas como Wizard, Skill, SOS Computadores, Microlins e BIT Company, adquiriu a rede Yázigi por R$ 100 milhões. Trata-se do caso mais emblemático das aquisições no sistema de franchising brasileiro: pouco a pouco, o Grupo Multi está comprando seus concorrentes.

As incorporações são peculiares, sendo que a maior dificuldade reside na conjunção de diferentes culturas e filosofias de trabalho. Para os franqueados, o maior desafio está na aceitação de um futuro que lhes é imposto, uma vez que a sua visão é restrita a sua própria unidade. Diferentemente de um acionista, o franqueado não pode simplesmente vender o seu negócio quando o franqueador decide se aliar com outra marca. As incertezas geram insegurança e perda de confiança no negócio. Obviamente, esta é apenas uma fase, que tende a ser ultrapassada em pouco tempo, caso seja bem administrada pelo novo grupo franqueador. O que presencio é que esta é um período que pode ser menos doloroso e mais benéfico com a participação ativa dos franqueados. Isso é de extrema importância para assegurar a adesão da rede ao novo ambiente criado.

Mediação foi importante ponto tratado na 10ª Convenção da ABF

A 10ª Convenção da ABF – Associação Brasileira de Franchising, realizada na semana passada, foi uma demonstração da maturidade do sistema de franchising. Reunimos muitos franqueadores e formadores de opinião, com qualidade e profissionalismo. As palestras  agregaram conhecimento e valor. Os painéis e mesas redondas foram interessantes e com eles pudemos, dentre outros, esclarecer e divulgar o instituto da Mediação, como forma de solucionar conflitos nas redes de franquia. Plantamos a sementinha e agora temos um grande trabalho pela frente, para continuar o aculturamento dos franqueadores a respeito das vantagens que a Mediação traz para perenidade das relações de franquia. O caminho é longo, mas com um enorme potencial para trazer benefícios e resultados positivos nas soluções para os conflitos nas redes.

A importância das convenções para as redes de franquia

Final de ano nas redes franqueadoras inclui, na maioria das vezes, uma convenção com toda a rede franqueada. É um dos momentos mais importantes do ano, já que a convenção promove a integração dos franqueados com a franqueadora. É uma boa oportunidade para alinhar um horizonte comum para a rede em termos de futuro para a marca no mercado. Percebo que as convenções procuram tratar de assuntos de interesse geral: retrospectiva do ano anterior, números e dados das lojas da rede, apresentação do planejamento estratégico para o próximo ano, apresentação de novas parcerias e inovações, entre outras atividades. Porém, vejo que também é importante que seja aberto um espaço para os franqueados se manifestarem a respeito de alguns assuntos relevantes ao sistema de franquia.

Após acompanhar diversas convenções, chego à conclusão que é imprescindível apostar em jogos interativos como forma de treinamento, organizar dinâmicas e atividades lúdicas. É possível estabelecer uma forma de trabalho produtiva, com alegria, brincadeiras e muita motivação. Só evite trazer à tona assuntos pontuais das franquias, que não dizem respeito a toda a rede. Assuntos polêmicos, se existentes e carentes de discussão plenária, devem ser tratados de uma forma organizada e amistosa: caso contrário, a atmosfera saudável e alegre pode se desfazer, dando espaço a hostilidades.

Descomplicando o Franchising

Quando iniciei minha carreira como advogada especializada em franchising, há 20 anos, concretizei uma linha de trabalho diferente do que é praticado pelos advogados que atuam no sistema de franquias: meu caminho foi o da prevenção. A consultoria jurídica preventiva – que hoje é amplamente aplicada nas principais redes de franquia do Brasil, como China in Box, Água Doce Cachaçaria, Spoleto, Amor aos Pedaços, entre tantas outras – evita desgastes, processos na Justiça e procura manter a rede sólida e livre de problemas. A prevenção é uma maneira de descomplicar as relações entre franqueadores e franqueados.

Descomplicar também foi minha intenção quando lancei, há dois anos, meu primeiro livro, o “Franchising na Alegria e na Tristeza”, que aborda de maneira bastante didática os principais conceitos que envolvem o fascinante sistema de franquias. Esse livro é indicado tanto para quem não entende de franquia quanto para aqueles que querem aprofundar seus conhecimentos, de maneira bastante prática. Agora, usarei a tecnologia a favor daqueles que, como eu, evitam o ‘juridiquês’ e simplesmente querem entender mais e trocar ideias sobre negócios. Por este blog, transmitirei informações sobre tudo o que observo no cotidiano do meu trabalho, das redes que me dão a honra de contribuir para seu crescimento e dos eventos, cursos e demais atividades das quais participo.